Em um movimento simbólico, mas cheio de significado, Obama entra no Bluesky, a rede social descentralizada que surgiu como alternativa ao antigo Twitter, agora conhecido como X. A presença do ex-presidente dos Estados Unidos na nova plataforma marca mais um capítulo na migração silenciosa de figuras públicas para redes que prometem mais abertura e diversidade.
A confirmação veio neste fim de semana, quando o próprio perfil oficial do Bluesky respondeu a um usuário: “Confirmado!”. E não é só isso. O ex-presidente usou sua estreia na plataforma para relembrar o 15º aniversário do Affordable Care Act, lei que ampliou o acesso à saúde nos Estados Unidos e ficou conhecida como “Obamacare”. Com isso, reforçou sua mensagem habitual: mudanças são possíveis quando lutamos por elas.
À primeira vista, poderia ser só mais um post de Obama. No entanto, o gesto de “entrar no Bluesky” se encaixa em um cenário maior. Estamos diante das migrações silenciosas de figuras públicas que, aos poucos, deixam para trás o império digital que dominaram por anos.
A lenta dissolução do monopólio
Desde que Elon Musk assumiu o comando do Twitter, a plataforma passou por grandes mudanças. Hoje, transformado no X, o antigo Twitter perdeu mais do que usuários. Perdeu confiança.
Além disso, com discursos cada vez mais alinhados a uma agenda política específica e decisões controversas sobre moderação de conteúdo, o X tem se tornado um ambiente menos atrativo. Isso vale principalmente para quem busca pluralidade, diálogo ou apenas uma rede funcional.
O resultado foi uma debandada gradual, especialmente entre figuras públicas que se sentiram desconfortáveis com os novos rumos da plataforma. Como consequência, o crescimento do Bluesky acelerou após as eleições americanas de 2024. Atualmente, a rede já ultrapassa 33 milhões de usuários.
Alexandria Ocasio-Cortez, deputada norte-americana conhecida por sua atuação progressista e presença digital marcante, foi a primeira pessoa da plataforma a alcançar 1 milhão de seguidores.
O que está mudando, de verdade?
A notícia de que Obama entra no Bluesky não é apenas um gesto simbólico de adesão a uma nova rede. Na verdade, é um indicativo de algo mais profundo.
Estamos presenciando o fim da era das redes sociais como território absoluto de uma única voz dominante.
Durante muito tempo, vivemos sob a ideia de que existiria “a” rede social. Tudo giraria em torno dela. Porém, o cenário atual mostra o contrário.
Plataformas descentralizadas, com propostas mais abertas e transparentes, estão ganhando tração. Além disso, nomes de peso começam a sinalizar essa mudança de rota.
É claro que isso não significa que o Bluesky será “o novo Twitter”. Contudo, aponta para uma direção importante: nenhuma rede será soberana para sempre. E os usuários — inclusive os mais influentes — estão dispostos a buscar ambientes mais saudáveis. Lugares com valores mais claros e alinhados aos seus.
Uma nova fase das redes sociais?
Mais do que seguir Obama ou qualquer outro político, o que chama atenção é como novas plataformas, como o Bluesky, estão ganhando espaço oferecendo algo diferente.
Em vez de se prender a modelos antigos, redes descentralizadas surgem como uma alternativa que coloca mais controle nas mãos dos usuários. Elas priorizam a transparência, a diversidade de vozes e a liberdade de escolha — valores cada vez mais valorizados no ambiente digital.
Talvez o futuro das redes sociais não seja sobre sair de onde estamos, mas sim sobre ampliar as possibilidades. E, quem sabe, redescobrir o prazer de se conectar em espaços mais abertos, leves e humanos.
Explore mais!
Quer mais reflexões sobre os rumos da tecnologia? Então confira também:
- Bluesky em Ascensão: Será Ele o Novo Twitter?
- xAI e a revolução dos vídeos criados por Inteligência Artificial
- Minecraft como laboratório de IA: a nova forma de avaliar inteligência artificial